Retificação de nome e gênero no registro civil. Foto: Unsplash
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violência

131 pessoas trans foram assassinadas no Brasil em 2022, aponta pesquisa

A Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) divulgou nesta sexta-feira (27 jan.) o dossiê anual com dados de assassinatos da população trans no Brasil. De acordo com o levantamento, em 2022, 131 pessoas foram mortas no país, sendo 130 travestis e mulheres transexuais e 1 homem trans.

Em números absolutos, Pernambuco foi onde mais houve registro de assassinatos: 13, ao todo. O estado saiu da quinta para a primeira posição do ranking, em comparação com 2021. São Paulo e Ceará estão em segundo e terceiro lugar, respectivamente, com 11 casos cada.

Em 2022, mostra o dossiê, houve uma média de 11 assassinatos por mês. Fevereiro, abril e maio foram os períodos com maior registro: 20, 16 e 14 casos, respectivamente. Mais de 60% das mortes ocorreram no primeiro semestre.

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“Ressaltamos que a média dos anos considerados nesta pesquisa (2008 a 2022) foi de 121 assassinatos/ano. Observando o ano de 2022, com 131 casos encontrados, vemos que ele continua 8% acima da média de assassinatos em números absolutos”, destaca a associação, no documento. “O ano de 2022 revelou ainda um aumento de 126% em relação a 2008, o ano que a ONG Transgender Europe (TGEU) inicia o monitoramento global e que apresentou o número mais baixo de casos relatados, saindo de 58 assassinatos em 2008 para 131 em 2022.”

No ano passado, houve uma queda no total de registros, em comparação com os dois anos anteriores. Em 2020, foram 175 casos, e em 2021, 140. Mas, segundo a Antra, não é possível explicar o que levou a essa variação negativa. Uma das justificativas, pondera a entidade, pode ser o foco das mídias estar voltado à cobertura das eleições, subnotificando casos de transfobia.

A pesquisa da Antra é feita com base em dados públicos e, principalmente, em notícias publicadas na imprensa, denúncias em redes sociais e notificações de entidades da sociedade civil.

“O uso de fontes de mídia ainda é um grande desafio que muitas vezes nos coloca em um cenário impreciso” afirma, no dossiê. “Além do foco ter virado para as eleições, muitas vezes deixamos de considerar a subnotificação estatal, o apagão dos dados públicos provocados pelo governo em diversos âmbitos e a falta de informações sistematizadas proveniente dos estados, assim como a forma com que a própria mídia trabalha com essas informações.”

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