Como vai atuar a Bancada LGBT+ do Brasil, criada por parlamentares de todo o país
Parlamentares brasileiros criaram, no último dia 21 de julho, a Bancada LGBT+ do Brasil, durante o sexto Encontro de Lideranças Políticas LGBTI das Américas e do Caribe, que ocorreu no México. O grupo é composto por 23 parlamentares em nível federal, estadual e municipal e conta com apoio da ONG Vote LGBT.
Segundo os integrantes, os principais objetivos da Bancada LGBT+ são combater a violência política enfrentada por seus membros, incentivar a criação de bancadas LGBT em outras casas legislativas do país e construir uma rede de apoio para candidaturas e lideranças políticas, também com foco em 2024.
Evorah Cardoso, coordenadora da organização VoteLGBT, explicou que a ideia da Bancada surgiu a partir do pedido da vereadora de Florianópolis Carla Ayres (PT-SC) para discutir a violência política, incluindo ameaças de morte e violência contra eles e seus familiares. Durante a conversa, os parlamentares perceberam a necessidade de atuar de forma mais articulada.
De acordo com Evorah, uma queixa comum relatada pelos parlamentares na reunião foi a de que a violência política que o grupo enfrenta tem sido categorizada como incidentes isolados, e não como um problema sistêmico. Além disso, o atual sistema de proteção para pessoas LGBTQIA+ frequentemente requer que as vítimas se afastem de suas residências. Essa medida, infelizmente, torna impraticável o desempenho de mandatos ativos e proativos.
A representante do Vote LGBT, Cardoso, enfatizou que a Bancada LGBT+ não tem a intenção de ser simplesmente uma resposta reativa a essas questões. “Não é uma bancada que tem como propósito meramente ser reativa. Pelo contrário, ela deve atuar cada vez mais propositivamente.”
Atualmente, a Bancada LGBT+ conta com 23 participantes, mas o objetivo é incluir outros parlamentares LGBTQIA+ que não estiveram presentes no Encontro de Lideranças Políticas LGBTI das Américas e do Caribe.