Projeto “Travestis também envelhecem” entrevistou 36 travestis e mulheres transexuais com mais de 50 anos. Foto: Claudia Love/Unsplash
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Estudo reúne dados sobre envelhecimento de trans no Recife

A ONG Gestos apresentou, na sexta-feira (14 abr.), em audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores do Recife, uma pesquisa sobre o envelhecimento de travestis e mulheres trans na capital pernambucana. Os dados fazem parte do projeto “Travestis também envelhecem”. 

De acordo com as informações coletadas, 69% das 36 travestis e mulheres transexuais com mais de 50 anos entrevistadas não esperavam viver tanto. Atualmente a expectativa de vida para essa população é de 35 anos. 

Financeiramente, 58% recebem, em média, menos de um salário mínimo (R$ 1.302) mensalmente. Quanto à moradia, 67% das entrevistadas têm residências próprias — geralmente resultado de heranças ou invasões — , sendo a maior parte moradora de casas. 

Mais da metade das entrevistadas afirmaram terem sido criadas em famílias católicas e 36%  se declararam adeptas desta religião hoje em dia. Outras 30% disseram ser umbandistas. 

O resultado da pesquisa será entregue para os conselhos municipais de Saúde, da Pessoa Idosa, de Direitos Humanos e de Assistência Social do Recife, e enviado para gestores e parlamentares do município. O objetivo é que esses dados possam contribuir para a elaboração de políticas públicas para aumentar a qualidade de vida dessa população.

Segundo a pesquisa mais recente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Pernambuco foi o estado que mais matou pessoas trans e travestis em 2022, com 13 assassinatos ao longo do ano. Em segundo lugar, ficaram São Paulo e Ceará, com 11 assassinatos cada.

Em entrevista à Diadorim, o ex-vereador e atual secretário-executivo de Direitos Humanos de Pernambuco Jayme Asfora (PSDB) disse que tanto ele quanto a atual governadora do estado, Raquel Lyra (PSDB), querem tirar o estado desse pódio negativo. 

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