Crédito: Lorena Coutinho/Instagram
LGBTIfobia

Atos pelo Brasil cobram justiça por assassinato de jovem lésbica no Maranhão

Atos em seis estados brasileiros pedem celeridade nas investigações, que permanecem sem suspeitos

Em 10 de dezembro, Ana Caroline Sousa Campêlo, 21, foi encontrada sem vida em Maranhãozinho, cidade a 232 km de São Luís. De acordo com a Polícia Militar do Maranhão, Carol Campêlo, como era conhecida, foi brutalmente assassinada e teve a pele do rosto, o couro cabeludo, os olhos e as orelhas arrancados pelo criminoso. 

Carol Campêlo era lésbica, natural de Centro do Guilherme (MA) e havia se mudado para Maranhãozinho meses antes, a fim de morar com sua companheira. Ela desapareceu quando estava voltando do trabalho, e deixou para trás, perto de sua residência, o celular e a bicicleta.

Uma vizinha disse ter visto uma mulher ser levada por um motociclista, aos prantos, na noite anterior. O sumiço foi comunicado à polícia pelo tio da vítima.

Segundo informações do Brasil de Fato, o enterro da jovem, realizado em sua cidade natal em 12 de dezembro, teve ares de protesto, com placas pedindo justiça por Carol. 

No último sábado (16 dez.), a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, se manifestou via X (antigo Twitter), também apontando o caráter lesbofóbico do crime de ódio contra Carol Campêlo.

Passados quase dez dias do crime, o caso permanece sem respostas ou suspeitos e mobiliza manifestantes em diferentes regiões do Brasil. Em São Paulo, o protesto ocorreu na última segunda (18), no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista.

Confira os próximos atos:

Terça-feira (19 dez.)
Rio de Janeiro – 18h, na Praça da Cinelândia
Maranhão – 16h, em frente ao Palácio dos Leões

Quarta-feira (20 dez.)
Florianópolis – 17h, no Largo da Catedral

Quinta-feira (21 dez.)
Belém – 17h30, no Complexo Ver-o-Rio
Curitiba – 18h, na Praça Santos Andrade

Lesbocídio no Brasil

Dados do Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, produzido pelo grupo de pesquisa “Lesbocídio – As histórias que ninguém conta” da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e lançado em março de 2018, mostram que entre 2014 e 2017, os casos de lesbocídio cresceram 237% no Brasil. 

Do total de mortes em 2017, último ano analisado pelas pesquisadoras, 53% das vítimas tinham até 24 anos, 57% eram negras, 65% dos crimes foram registrados no interior do país e 83% das pessoas que cometeram os crimes são do sexo masculino.

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