Keila Simpson é primeira travesti a ser nomeada doutora Honoris Causa no Brasil. Foto: Reprodução/Agência Aids
Keila Simpson é primeira travesti a ser nomeada doutora Honoris Causa no Brasil. Foto: Reprodução/Agência Aids
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Keila Simpson é primeira travesti nomeada doutora honoris causa no Brasil

A presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) Keila Simpson teve outorgado nesta quinta-feira (15 dez.) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) o título de doutora honoris causa. Ela se tornou a primeira travesti a receber essa distinção no Brasil. 

O título mais importante atribuído pela universidade dado a Keila foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário. A nomeação é atribuída a pessoas que contribuíram para a cultura, a educação ou a humanidade nascidas ou não no Brasil. Em 2018, o psicólogo João Nery, primeiro homens trans a ser operado no Brasil, recebeu o título doutor honoris causa pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Em publicação no Instagram, Keila Simpson agradeceu à Uerj pelo título e lembrou a parceria com amigas militantes. “A lista [de agradecimento] é grande, mas darei um jeito de alocar todo mundo no discurso de outorga. Obrigada a Antra também por me permitir atuar e me dar a liberdade para conduzir as suas bandeiras. Aqui é a metade do caminho. A máxima ‘nossa vingança é envelhecer’ foi atualizada com sucesso”, afirmou.

Keila Simpson é ativista do movimento LGBTI+ desde 1990. Ela já foi vice-presidenta da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) e, em 2013, recebeu em 2013 o Prêmio Nacional de Direitos Humanos da então presidenta Dilma Rousseff.

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Preconceito

Em maio de 2022, Keila foi impedida de entrar no México, enquanto viajava para participar do Fórum Social Mundial. Ao desembarcar no aeroporto internacional da Cidade do México, a presidente da Antra “foi detida no departamento de imigração e teve sua entrada no país ‘inadmitida por inconsistências’, sendo determinado seu retorno imediato no próximo voo ao Brasil”. Ela passou dez horas isolada e incomunicável, distante das outras pessoas de sua delegação.

Uma medida cautelar chegou a ser expedida pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos do México, acionado por militantes e autoridades locais, mas o documento não chegou a tempo de evitar a deportação da brasileira. Na nota, ativistas afirmaram que essa foi uma decisão transfóbica.

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