A candidata à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo). Foto: Reprodução/YouTube
A candidata à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo). Foto: Reprodução/YouTube
eleições 2024

O que é o programa de saúde LGBTQIA+ que Marina Helena distorceu em debate

Durante um debate, na quarta-feira (14 ago.), a candidata à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo) criticou e distorceu o programa “Saúde para Todes”, da Secretaria Municipal de Saúde, criado para conscientizar e divulgar informações sobre saúde da população LGBTQIA+ da cidade. 

Numa pergunta ao candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) sobre a rede de ensino infantil, Marina associou o projeto com uma possível “sexualização das crianças na sala de aula”. 

A candidata disse que o programa “fala de ideologia de gênero, gênero neutro” e “de um documento da sua prefeitura, assinado por você, em que se fala em bloqueio hormonal na puberdade para meninos e meninas trans a partir dos 8, 9 anos de idade”.

O documento ao qual Marina Helena se refere é o protocolo, lançado em junho de 2023, na gestão de Ricardo Nunes, que estabelece diretrizes para o atendimento à população transexual na rede municipal de saúde. 

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Embora cite a possibilidade de bloqueio puberal em pessoas de 8 e 9 anos, previsto pela medicina, a Prefeitura estabelece que a idade mínima para esse procedimento é 10 anos.

Em nota à Agência Diadorim, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo disse que “é inteiramente falsa a afirmação irresponsável” de Marina Helena.

“É absurda até mesmo por ignorar que o referido tratamento é proibido por meio de resolução do Conselho Federal de Medicina”, criticou. “A Secretaria Municipal da Saúde promove programas de promoção da saúde para todos os públicos da cidade: homens, mulheres, idosos, crianças, jovens, negros, indígenas, e também para a comunidade LGBTIA+ nos termos previstos pelo SUS.”

O programa “Saúde para Todes” foi lançado em dezembro de 2020 no canal da secretaria no YouTube e aborda temas como saúde mental, cidadania, direitos, estilo de vida e comportamento, além de divulgar ações de atendimento à população LGBTQIA+. “O programa foi pensado para dar visibilidade a todes, sem distinção de gênero e identidade sexual”, explica um texto publicado no site da Prefeitura.

Em agosto de 2023, no entanto, o programa foi rebatizado. Deixou de se chamar “Saúde para Todes” e virou “Saúde LGBTIA+”. Questionada pela reportagem, a Secretaria não explicou o motivo da mudança. 

Em quatro anos, já foram publicados mais de 120 vídeos do projeto, com um total de 4.267 visualizações. 

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