Conferência internacional da Iniciativa Negra ocorreu no início de dezembro, em Salvador. Foto: Jefferson Machado
Conferência internacional da Iniciativa Negra ocorreu no início de dezembro, em Salvador. Foto: Jefferson Machado
direitos humanos

Relatório da Iniciativa Negra propõe soluções para ‘guerra às drogas’; LGBTQIA+ estão entre os estigmatizados

Com o fim da “guerra às drogas”, afirma a advogada Dandara Rudsan, “a gente começaria de verdade a mitigar o estigma que há sobre os corpos LGBTs, que são tidos como corpos que utilizam drogas de maneira irresponsável”.

Dandara é uma das representantes da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, uma organização da sociedade civil que atua, desde 2015, pela construção de uma agenda de justiça racial e econômica. Entre os dias 5 e 7 de dezembro, a ONG realizou, em Salvador, a Conferência Internacional por Direitos, Reparação e Justiça. 

A apresentação do relatório da pesquisa, também chamada “Iniciativa Negra por Direitos, Reparação e Justiça”, foi um dos pontos-chave do evento. Para o documento, foram feitas 75 entrevistas e rodas de conversa na Bahia, em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Pará e no Distrito Federal. Essas conversas tinham como tema segurança pública, guerra às drogas, políticas públicas e os sonhos das pessoas inseridas nesse contexto para que fossem pensadas soluções coletivamente. 

Apesar de ter raça e território como recortes principais, Rudsan contou, em entrevista à Diadorim, que o relatório será um dos pontos principais para o desenvolvimento de outros projetos da Iniciativa Negra. “A reparação que nós exigimos não é genérica, é uma reparação que tem que levar em consideração cada território, cada contexto de guerra de drogas, cada contexto de violência.”

A advogada destacou o projeto da Iniciativa Negra em parceria com o Ministério da Justiça e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que está em curso atualmente, até julho de 2024, que visa combater a violência contra mulheres negras cis, trans e travestis que moram em região de rios e florestas. 

Ao fim do documento, a pesquisa propõe seis premissas para a Política de Drogas por Direitos, Reparação e Justiça: 

O evento contou com espaços de autocuidado, feira de empreendedorismo e apresentações artísticas. No encerramento, dia 7, ocorreu a segunda edição do Festival de Rima e Rap, com a presença dos artistas Cronista do Morro, Vírus, Cabokaji e DJ DMT.

Publicidade

Publicidade

leia+