Deputado será investigado por ataque a Erika Hilton durante CPMI
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e outros parlamentares denunciaram na manhã de terça-feira (11 de julho) um ataque feito pelo deputado federal Abílio Brunini (PL-MT) contra a psolista durante a reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), anunciou que o caso será investigado.
Em seu Twitter, Hilton declarou que continuará forte e seguirá com suas pautas: “As tentativas de ataques transfóbicos realizados hoje contra mim por parte dos bolsonaristas na CPMI só demonstram o desespero daqueles que atentaram contra nossa democracia com suas próprias ações”, escreveu a deputada.
O episódio ocorreu durante o depoimento de Mauro Cid, tenente-coronel ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Abílio Brunini, que não é titular da CPMI, foi repreendido por filmar e rir dos colegas. Ao falar, Erika Hilton afirmou que ele deveria “tratar sua carência em outro espaço”, dada a seriedade do Congresso.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) interrompeu Hilton para denunciar a atitude homofóbica de Abílio Brunini, afirmando que ouviu o parlamentar dizer que a deputada estava “oferecendo serviços”. Carvalho solicitou que Brunini se retirasse do plenário, sendo apoiado por outros participantes da CPMI, como Soraya Thronicke (Podemos-MS), que confirmaram a versão do senador. Brunini negou ter feito tal comentário.
Parlamentares apoiadores de Brunini, como André Fernandes (PL-CE) e o delegado Eder Mauro (PL-PA), rebateram as acusações feitas ao aliado, resultando em uma confusão generalizada na reunião. Nesse momento, Arthur Maia interrompeu a situação e pediu a investigação do caso por meio das imagens disponíveis. “Eu não ouvi, mas os parlamentares estão dizendo que ouviram. O deputado Abílio disse que não falou. E obviamente, deputado, se Vossa Excelência agiu dessa forma, haverá penalidades contra o senhor”, afirmou Maia.
Ao retomar a palavra para continuar as perguntas a Mauro Cid, Erika Hilton declarou que não entraria “nessa seara de baixo nível”. André Fernandes reagiu novamente, o que levou Arthur Maia a ameaçar tomar providências caso o deputado continuasse a desrespeitar os trabalhos da CPMI.