Manifestação organizada pelo movimento Copa pra Quem?, na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, protesta contra a Copa do Mundo e pede mais direitos às mulheres e à população LGBT Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
LGBTIfobia

Crimes contra LGBTQIA+ cresceram quase 54% em 2022

Foram registradas 488 denúncias, em 2022; no ano anterior, número foi de 316

Os crimes de racismo por homofobia ou transfobia tiveram um crescimento de 53,6% em 2022 em comparação com 2021, de acordo com o 17º Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta quinta-feira (20 jun.).

Os dados indicam que no ano passado foram registradas 488 denúncias desses tipos de crimes em todo o Brasil, em comparação com as 316 denúncias do ano anterior. As maiores taxas por 100 mil habitantes foram observadas no Distrito Federal (2,4), Rio Grande do Sul (1,1) e Goiás (0,9).

Em relação aos tipos de crime contra LGBTQIA+ com motivação homotransfóbica, houve um aumento de 13,4% nos casos de lesão corporal, enquanto os homicídios dolosos tiveram uma queda de 7,4% e os casos de estupro não apresentaram variação.

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O Anuário baseia-se em informações fornecidas pelas Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social, das Polícias Civis e dados do IBGE. No entanto, nem todos os estados têm dados disponíveis no relatório, como Acre, Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo.

O próprio documento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública critica a subnotificação de casos relacionados a LGBTfobia e racismo, afirmando que o Estado demonstra-se não incapaz, pois possui capacidade administrativa e recursos humanos para tanto, mas desinteressado em endereçar e solucionar essas questões.

O Fórum Brasileiro de Segurança destaca a importância de comparar os dados oficiais com aqueles compilados por entidades da sociedade civil, como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e o Grupo Gay da Bahia (GGB).

Em 2022, o Grupo Gay da Bahia contabilizou 256 mortes violentas de LGBTQIA+, enquanto a Associação Nacional de Travestis e Transexuais registrou 131 vítimas trans e travestis de homicídio.

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