Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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9,3% dos brasileiros acima de 16 anos são LGBTI+, diz pesquisa

15,5 milhões de brasileiros maiores de 16 anos compõem a sigla; mais pobres e menos escolarizados convivem mais com a LGBTIfobia no trabalho

Ao menos 9,3% da população brasileira com 16 anos ou mais se identifica como LGBTI+, aponta uma pesquisa do Datafolha divulgada na quarta-feira (21). Isso representa um total de 15,5 milhões de pessoas ao redor do país. Entre os mais jovens, o índice de identificação com a sigla chega a 18%. O levantamento, contratado pelas Havaianas e All Out, também aponta um cenário em que a convivência com a LGBTIfobia no trabalho é maior entre os mais pobres e menos escolarizados.

Segundo a pesquisa, 9,3% dos brasileiros se identificam como lésbicas, gays, bissexuais, pansexuais, assexuais, trans, travestis, não binários ou intersexuais. O nível de identificação é maior entre os jovens: 18% dos brasileiros de 16 a 24 anos e 13,2% dos entre 25 e 34 se consideram LGBTI+, em comparação com 5,3% na faixa etária de 60 anos ou mais.

Os percentuais também são maiores nas regiões metropolitanas (10,9%) do que no interior (8,2%), e entre brasileiros com ensino superior (11,3%) do que com ensino fundamental (7,4%). Já o fator de renda não apresentou grandes variações, indo de 9% nas classes D e E a 9,6% nas A e B.

Bissexuais representam a parcela mais numerosa da população brasileira, 2,7%, seguida por trans e travestis (1,7%), gays (1,6%), lésbicas (1,2%), intersexuais (0,98%), assexuais (0,9%), pansexuais (0,9%) e não binários (0,8%).

Foram entrevistadas 3.674 pessoas com idade a partir de 16 anos, entre maio e junho deste ano. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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LGBTIfobia no trabalho

Além de estimar o tamanho da população LGBTI+ brasileira, a pesquisa também buscou entender suas percepções sobre diferentes questões como saúde, emprego e educação. Os resultados apontam que os mais pobres e menos escolarizados convivem mais com a LGBTIfobia no ambiente de trabalho.

Entre aqueles das classes D e E, 54,7% disseram que nunca ou raramente falam publicamente sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho. Entre os com ensino fundamental, esse índice é de 55,6% — muito acima do percentual da população LGBTI+ geral, de 42,2%.

Já 15,5% da população LGBTI+ geral sente que nunca ou raramente tem acesso às mesmas oportunidades de crescimento que colegas de trabalho. Esse mesmo índice atinge 41% no subgrupo do ensino fundamental e 32,6% das classes D e E.

O subgrupo das classes D e E também se destaca entre aqueles que sempre vivenciam comentários ou atitudes negativas, no trabalho, relacionados à sua orientação sexual ou identidade de gênero: 18,1%. São 9,5% na população LGBTI+ geral.

Leia o relatório completo da pesquisa.

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