Marília Arraes diz que linguagem neutra ‘invisibiliza as mulheres’
Candidata ao governo de Pernambuco, Marília Arraes (Solidariedade) afirmou nesta quinta-feira (11 ago.) que é contra a linguagem neutra, cujo uso, segundo ela, “invisibiliza as mulheres”. A afirmação foi feita durante uma entrevista à Rádio Jornal, no Recife.
Líder nas pesquisas de intenção de voto para chefe do executivo no estado, Marília foi questionada sobre a linguagem neutra, tema presente entre as pautas da população LGBTI+, e disse: “a gente precisa acolher quem é oprimido, quem sofre violência, acolher a todos como irmãos nossos. Agora sou contra essa questão de gênero neutro. Pelo amor de Deus”.
A linguagem neutra considera o uso da letra “e” em vez de “o” ou “a”, em substantivos, e a inclusão dos pronomes “elu”, “delu”, “ile” e “dile”, no idioma. Ela é reivindicada principalmente por grupos de pessoas agênero e não-binárias. Segundo Marília Arraes, no entanto, isso “inviabiliza as mulheres”. “Por que a gente não pode falar ‘todo’ e ‘todas’?”, questionou, em conversa com o apresentador da sabatina. “Eu sou candidata”, reforçou, destacando a vogal final da palavra.
Em julho, uma reportagem especial da Agência Diadorim mostrou que, entre 2019 e 2022, deputados estaduais de todo o Brasil apresentaram 59 projetos de lei para proibir o uso de linguagem neutra nos estados. O assunto é o mais frequente entre as pautas legislativas anti-LGBTI+ no país.
Posicionamento
Na última terça-feira (9 ago.), o Solidariedade publicou uma nota desmentindo informações que afirmou terem sido “plantadas em páginas criadas e patrocinadas por adversários e/ou difundidas em redes sociais”. Segundo o partido, as postagens afirmavam que Marília Arraes, caso eleita, iria oficializar o uso da linguagem neutra em Pernambuco e o ensino da “ideologia de gênero” nas escolas públicas.
O texto oficial assinado pelo presidente do partido em Pernambuco, André Cacau, diz que “adversários, sem propostas e movidos pelo desespero, apelam, mais uma vez, para mentiras sobre acordos inexistentes em pautas de costume”. “Não iremos nos intimidar com essas fake news.”