Keila Simpson. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
A presidente da Antra, Keila Simpson. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
internacional

Entidades exigem que México se retrate após deportação da ativista Keila Simpson

Travesti brasileira foi impedida de entrar no país, em 1º de maio, enquanto viajava para participar do Fórum Social Mundial

Em nota assinada conjuntamente, organizações e grupos da sociedade civil exigem que o governo mexicano se retrate pela deportação da ativista brasileira Keila Simpson. Ela foi impedida de entrar no país em 1º de maio, enquanto viajava para participar do Fórum Social Mundial.

Presidente da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), Simpson era uma das convidadas do debate sobre violência contra a população trans. Ela foi ao México representando também a Abong (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) e a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos).

De acordo com as associações, ao desembarcar no aeroporto internacional da Cidade do México, Keila Simpson “foi detida no departamento de imigração e teve sua entrada no país ‘inadmitida por inconsistências’, sendo determinado seu retorno imediato no próximo voo ao Brasil”. A ativista passou dez horas isolada e incomunicável, distante das outras pessoas de sua delegação.

Uma medida cautelar chegou a ser expedida pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos do México, acionado por militantes e autoridades locais, mas o documento não chegou a tempo de evitar a deportação da brasileira. Na nota, ativistas afirmam que essa foi uma decisão transfóbica.

“Independente do motivo de cada pessoa e de cada caso, a autodeclaração de gênero é um direito humano que independe da anuência estatal. Respeitar os pronomes, o nome social, a expressão e a identidade de gênero das pessoas Trans deve estar acima de qualquer norma formal”, escrevem.

O texto, assinado também por entidades como Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH Brasil) e Geledés – Instituto da Mulher Negra e pela Agência Diadorim, cobra “respostas e ações do Itamaraty e do México sobre a violação dos direitos humanos, além de mobilizar esforços para ações de reparação pelo ocorrido”. Os grupos pedem que a violência sofrida por Keila Simpson seja reparada.

Na quarta-feira (4 mai.), às 11h (horário do Brasil), a ativista brasileira vai participar do evento de forma virtual.

Publicidade

Publicidade

leia+