Symmy Larrat. Foto: Clarice Castro/MDHC
A secretária Nacional LGBTQIA+ Symmy Larrat. Foto: Clarice Castro/MDHC
política

ONGs e ativistas pedem permanência de Symmy Larrat na Secretaria Nacional LGBTQIA+

A Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), duas das maiores organizações LGBTQIA+ do país, lançaram um manifesto em defesa da permanência de Symmy Larrat na Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Primeira travesti a ocupar um cargo do segundo escalão do governo federal, Symmy é responsável pelas políticas LGBTQIA+ no terceiro mandato de Lula (PT) na Presidência do Brasil.

O manifesto, lançado na última sexta-feira (6), defende que ela continue na Secretaria após a saída do ex-ministro Silvio Almeida, titular da pasta dos Direitos Humanos. Ele foi acusado de cometer assédio sexual contra mulheres, incluindo a também ministra Anielle Franco (Igualdade Racial).

A Antra e a ABGLT recolhem assinaturas de organizações e lideranças de todo o país. A mobilização já recebeu o apoio da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que divulgou o documento nas redes sociais, da ONG Mães da Resistência, do Coletivo Distrito Drag e do escritor, professor e advogado Renan Quinalha.

“A possível remoção de Symmy Larrat da Secretaria Nacional LGBTQIA+, que não tem qualquer relação com o ocorrido, comprometeria a continuidade de projetos estratégicos e políticas em curso, colocando em risco os avanços conquistados até agora”, afirmam as organizações.

A permanência de Symmy, reforçam, “é essencial para garantir políticas que promovam a cidadania plena e a dignidade das pessoas LGBTQIA+, sobretudo pela atuação brilhante que tem tido até aqui, com bons resultados, se constituindo ainda como uma referência positiva dentro da própria estrutura do governo”.

Entre as principais ações da secretária em pouco mais de um ano de gestão está a criação dos programas Acolher+, de apoio a casas de acolhimento em todo o Brasil, e Empodera+, para promoção do trabalho digno e da geração de renda às pessoas LGBTQIA+.

Além disso, em 2023, a Secretaria Nacional anunciou a recriação do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ e também divulgou a Estratégia Nacional de Enfrentamento à Violência contra Pessoas LGBTQIA+, para monitorar dados de violência, oferecer capacitação de agentes públicos e fomentar produção de conhecimento junto a universidades e instituições de pesquisas.

A Secretaria Nacional LGBTQIA+ também está na fase preparatória para a realização da quarta Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, que vai ser retomada após hiato de oito anos.

Posicionamento de Symmy Larrat

Na sexta-feira, Symmy Larrat divulgou uma nota comentando a demissão de Silvio Almeida. No texto, ela lamentou “os últimos acontecimentos” e defendeu “uma investigação qualificada, com possibilidade de defesa e com direito à escuta de todas as vítimas”.

“Reafirmamos que a prática de qualquer tipo de violência contra as mulheres é inadmissível e, por isso, precisa ser investigada e as vítimas acolhidas”, disse.

Symmy agradeceu a Silvio Almeida pela “ampla defesa da pauta dos direitos humanos junto às pessoas LGBTQIA+ e o avanço que ela teve no Ministério neste último período”.

Ela também defendeu que “qualquer ação que seja feita preserve tudo que conquistamos” e destacou as ações e programas na política LGBTQIA+ nacional.

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