Cineasta produz documentário sobre a história da imprensa LGBTQIA+ brasileira
O cineasta, roteirista, escritor e jornalista Lufe Steffen está produzindo um documentário sobre a história da imprensa LGBTQIA+ no Brasil. O filme “Uma Breve História da Imprensa LGBT+” (título provisório) deve ser concluído até o final de 2023.
O longa irá abordar a história e o impacto de revistas, jornais, fanzines e outros veículos jornalísticos de imprensa LGBTQIA+ no Brasil, a partir dos anos 1960. “Os de hoje vão aparecer, mas não é sobre isso, é sobre os que começaram essa história. A ênfase maior é no século 20, e depois a transição para o século 21, pra fase da internet”, explica o diretor.
Lufe Steffen contou, em entrevista à Diadorim, que sempre teve interesse em fazer um documentário sobre o tema, já que sua própria trajetória profissional se relaciona com a história da imprensa gay no país. Jornalista de formação, o cineasta trabalhou por sete anos para o “Mix Brasil”, primeiro site direcionado ao público gay da América Latina, lançado em 1994.
“Na época, inclusive, nem se usava a sigla LGBT, mas GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), hoje considerada obsoleta. Era uma sigla brasileira. Aí depois veio LGBT, que no começo era GLBT e depois mudou pra LGBT, que veio dos Estados Unidos e passou a também ser usada no Brasil”, relembra Steffen. Enquanto jornalista, Steffen também colaborou como freelancer para a revista “G Magazine” e para a revista carioca “Homens”, ambas voltadas para o público gay.
O cineasta já produziu outros filmes que abordam a temática LGBTQIA+, como “São Paulo em Hi-Fi” (2013). “A gente chegou a falar no filme [‘São Paulo em Hi-Fi’] sobre o ‘Lampião da Esquina’, famoso jornal, considerado oficialmente o primeiro jornal LGBT do Brasil”, observa.
Em 2020, durante a pandemia, Lufe Steffen começou a estudar a história da imprensa LGBTQIA+, pensando em produzir um documentário. Na época, os estudos renderam um vídeo para o canal do cineasta no Youtube. Em 2022, o projeto ganhou um edital do Programa de Ação Cultural de São Paulo (ProAC), o que proporcionou a realização do filme que está em produção.
Steffen disse que já foram entrevistadas pessoas de diversas partes do Brasil que estavam em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Estamos na pré-produção. Já estamos em processo de pesquisa. Fizemos algumas entrevistas e daqui a pouco vão ter novas gravações”, conta o diretor.