Indígenas LGBTQIA+ são os que mais sofrem violência policial, diz pesquisa
A Pesquisa Nacional por Amostra da População LGBTI+, realizada pela ONG TODXS, revelou que 14,7% dos indígenas entrevistados para o relatório sofreram agressão por agentes da força de segurança do País. O percentual é mais que o dobro do apresentado entre pessoas brancas, de 5,7%. O resultado também é superior ao número de violência entre pessoas amarelas (12,9%), pardas (8,1%) e pretas (6,7%).
De acordo com a pesquisa, LGBTQIA+ também são os que mais sofrem preconceito dentro das escolas. 5,38% dos entrevistados disseram ter se sentido muito discriminados por professores, coordenadores e outros tutores durante o ensino fundamental. 7,69% afirmaram ter se sentido constantemente discriminados. Entre pessoas brancas o percentual é de 4,96% e 4,25%, respectivamente.
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entrarApesar das experiências negativas, os indígenas LGBTQIA+ também demonstraram forte engajamento político. Ao serem questionados sobre a busca de autoridades para a resolução de problemas da comunidade ou pessoais, 9% dos indígenas responderam positivamente, que buscaram ajuda, seguidos de pardos com 7,7%. Além disso, 12,1%, dos indígenas assistiram a reuniões de partidos políticos ao menos duas vezes no ano, ocupando o segundo lugar do pódio. Os mais participativos foram os pretos, com 13%.
No que diz respeito a saúde, os indígenas estão entre os que menos buscam atendimento médico e psicológico, junto aos pardos e pretos. Essas pessoas também são as que mais relatam que “não teriam coragem”. Quanto ao uso de preservativo e outros métodos de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, as pessoas indígenas são as que mais relatam sempre utilizar, 31,3%, seguidos dos pardos, 25,7%.
A Pesquisa Nacional por Amostra da População LGBTI+ foi realizada entre 4 de abril e 3 de julho de 2019 e aplicada de maneira digital em seis etapas. Foram coletadas informações de 15.326 pessoas maiores de 18 anos de todas as capitais do Brasil. Os dados foram divididos nos blocos: Discriminação e Violência, Identidade e perfil sociodemográfico; Mercado de trabalho e Renda; Participação e Compreensão Política e Saúde.