No Brasil, uma pessoa LGBTI+ morre a cada 34 horas, aponta levantamento
Bahia e São Paulo são os estados mais inseguros para LGBTI+
De acordo com dados do Observatório do Grupo Gay da Bahia, no ano de 2022 morreu um LGBTI+ a cada 34 horas no Brasil por morte violenta (homicídios e suicídios). A catalogação é feita por voluntário com base em notícias de veículos de comunicação nacional, e os resultados foram publicados em um relatório nesta quinta-feira (19 jan.).
Segundo os dados do GGB, o Brasil teve 256 mortes violentas de LGBTI+ no ano passado, sendo 111 delas, equivalente a 43,36%, apenas no nordeste. A Bahia é o estado com país mais inseguro para esses grupos, contabilizando 27 mortes. A segunda mais insegura é São Paulo, que contabilizou 25 mortes e tem a população três vezes maior que o primeiro colocado. Já os estados que contabilizaram menos mortes de pessoas LGBTI+ em 2022 foram Santa Catarina e Roraima, ambos com dois casos registrados cada.
No que tange o perfil das vítimas, a maior parte é de gays, 134 casos, seguidos de travestis/transsexuais, 110 casos. Os pardos lideram o ranking de raça, sendo identificados como vítimas em 46,8% dos casos. Brancos são o segundo grupo mais afetado, 37,1%. O relatório ressalta que o aspecto da cor é raramente indicado em reportagens.
As causas de morte mais registradas são por armas de fogo, 29,6%, e por armas brancas, 25,7%. Também foram registrados casos de asfixia, espancamento, apedrejamento, esquartejamento e atropelamento proposital. Em muitos situações catalogadas pela ONG, as pessoas não foram vítimas de apenas um método de violência.
A maior parte das mortes ocorreu no ambiente doméstico das vítimas, 42,1%, e nos fins de semana, 45%. O turno da noite também se mostrou o mais inseguro, contabilizando 53,91% dos casos, e em espaços urbanos, 91% dos casos.