Você usa PrEP? Participe da pesquisa da Diadorim. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Diadorim quer conversar com pessoas que usam PrEP. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
saúde

Como falar sobre monkeypox sem preconceito

O perfil mais afetado pelo vírus da nova varíola, a monkeypox, levantou uma alerta sobre a estigmatização da doença.

Homens que fazem sexo com outros homens formaram a ampla maioria dos casos diagnosticados nos primeiros meses desde o espalhamento do vírus, em maio de 2022. No entanto, a doença pode afetar qualquer pessoa por contato direto (pele e secreções) e não está associada a nenhum grupo em particular.

A partir desse cenário, o Instituto Matizes, que desenvolve pesquisas focadas em diversidade, inclusão e direitos humanos, criou um relatório que mapeou o impacto desse estigma ao analisar comportamento da imprensa, governo, serviço de saúde em relação ao enfrentamento da doença.

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Com base nos dados produzidos, o Instituto também ofereceu um conjunto de orientações visando contribuir com abordagens mais qualificadas, seguras, não estigmatizantes e corretas da doença.

Aqui destacamos algumas dessas orientações, que também são direcionadas para imprensa, serviços de saúde, sociedade civil e órgãos reguladores.

Aqui, destacamos algumas delas:

  1. Evite o reforço a qualquer tipo de estigma, seja voltado à sexualidade, identidade de gênero, raça/etnia, idade, origem geográfica, em relação à monkeypox (e qualquer outra doença);
  2. Veículos de comunicação devem buscar informações aprofundadas e em mais de uma fonte, sendo essas confiáveis e ligadas a órgãos oficiais;
  3. Os serviços de saúde devem acompanhar as descobertas e atualizações da comunidade médica e científica nacional e internacional para garantir um atendimento correto e seguro a todas as pessoas, desde a entrada até a saída do serviço;
  4. Se testemunhar, em qualquer ambiente, práticas discriminatórias envolvendo a nova varíola e orientação sexual, sempre que possível, denuncie, mesmo que seja à ouvidoria ou setor responsável de empresas, universidades, escolas, serviços de saúde, hospitais, estabelecimentos comerciais;
  5. Declare sua orientação sexual e práticas sexuais sempre que possível, e afirme seus direitos quanto a um tratamento digno e não estigmatizante. A declaração de orientação sexual e práticas quando houver infecção auxilia os serviços de saúde a mapear a incidência e prevalência de casos, a elaborar boletins epidemiológicos e estatísticas confiáveis;
  6. As empresas devem, sempre que possível, ter estabelecido protocolos sanitários e sociais para condutas em caso de suspeita de infecção, garantir o sigilo da pessoa, o devido encaminhamento aos serviços de saúde e acompanhamento enquanto durar seu afastamento, se for o caso.

Pesquisa

Você é uma pessoa LGBTI+ e passou por alguma situação de preconceito relacionada à monkeypox nas ruas, no atendimento de saúde, no ambiente de trabalho, na família ou nas redes sociais? É LGBTI+ ou não e ficou sabendo de casos de discriminação em algum desses contextos?

O Instituto Matizes também abriu um questionário para produzir dados que colaborem para a compreensão e combate às violências contra pessoas LGBTI+. É rápido, acessível e sua identidade será preservada. Para responder, clique aqui.

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